Compositor: Ignacio Suárez / Yamandú Palacios
Outra vez os bares noturnos
Amarelados de sonhos perdidos
Apostadores de sortes estranhas
Azulados de fumaças e vinhos
Velhas rádios resmungam canções
Um Gardel arrulhando seu canto
E na mão talhada de um tango
Um bêbado regressou ao passado
Desgastadas paredes que encaram
Sem fervor, sem assombro as coisas
Pela vigília transbordada
De um relógio que fez o tempo e morreu
Ofuscados espelhos que imitam
Outra vida melhor, ou a mesma
Bonecos de pão na névoa por
Detrás de um Sol embaçado de álcool
A solidão, com o álcool
Solta um pássaro, que pelo céu da alma se vai
Com o álcool, a solidão
Frágil pássaro que pelo céu da alma voou
O bar solta em silêncio
As suas palavras de vidro e tabaco
Quando chove as sombras florescem
Desolados versos de papel
Os amantes se buscam na alma
Naufragados de urgências perguntam
O inoportuno os ferem no sangue
Labirintos de mar, o amor
A solidão, com o álcool
Solta um pássaro, que pelo céu da alma se vai
Com o álcool, a solidão
Frágil pássaro que pelo céu da alma voou
E outra vez volto a buscar
Velho bar, no teu passado, o que nunca voltará